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A Cabana

1 ago

“Há algo agradável nas tempestades que interrompem a rotina. A neve ou a chuva gélida nos liberam subitamente das expectativas, das exigências de resultados e da tirania dos compromissos e dos horários.Quase podemos ouvir um suspiro de alívio erguer-se em uníssono na cidade próxima e no campo, onde a natureza interveio para dar uma folga aos exaustos seres humanos. Todos os afetados pela tempestade são unidos por uma desculpa mútua. De súbito e inesperadamente o coração fica um pouco mais leve. Não serão necessárias desculpas por não comparecer a algum compromisso. Todos entendem e compartilham a mesma justificativa.”

A Cabana

Durante uma viagem que deveria ser repleta de diversão e alegria, uma tragédia marca para sempre a vida da família de Mack Allens: sua filha mais nova, Missy, desaparece misteriosamente. Depois de exaustivas investigações, indícios de que ela teria sido assassinada são encontrados numa velha cabana.
Imerso numa dor profunda e paralisante, Mack entrega-se à Grande Tristeza, um estado de torpor, ausência e raiva que, mesmo após quatro anos do desaparecimento da menina, insiste em não diminuir.
Um dia, porém, ele recebe um estranho bilhete, assinado por Deus,convidando-o para um encontro na cabana abandonada. Cheio de dúvidas, mas procurando um meio de aplacar seu sofrimento, Mack atende ao chamado e volta ao cenário de seu pesadelo.
Chegando lá, sua vida dá uma reviravolta. Deus, Jesus e o Espírito Santo estão a sua espera para um “acerto de contas” e, com imensa benevolência, travam com Mack surpreendentes conversas sobre vida, morte, dor, perdão, fé, amor e redenção, fazendo-o compreender alguns dos episódios mais tristes de sua história.
Intenso, sensível e profundamente transformador, este livro vai fazer você refletir sobre o poder de Deus, a grandeza de seu amor por nós e o sentido de todo o sofrimento que precisamos enfrentar ao longo da vida.

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Nome do Livro no Brasil: A Cabana
Nome Original:  The Shack
Escrito por:  William P. Young
Publicado no Brasil em: 2007
Editora: Sextante
Nº de Páginas:  240

Capa original:

A irmã de Ana Bolena

27 jul

“Ana tentou fasciná-lo com sua beleza e energia. Ela manteve a calma com ele, apesar de ele se mostrar amargo e insensível. Dançou, jogou, riu, patinou, era só alegria, despreocupação. Pôs Jane Seymour em segundo plano, nenhum homem tinha olhos para outra quando Ana estava de humor exultante. Nem mesmo o rei conseguia desviar os olhos quando ela dançava,a cabeça ereta, girando charmosamente o pescoço quando alguém falava com ela, cercada de homens que escreviam poemas sobre a sua beleza, músicos que tocavam para ela, o centro da excitação da corte em jogo. O rei não conseguia tirar os olhos dela,mas seu olhar não era extasiado. Ele a olhava como se tentasse compreender alguma coisa, como se fosse elucidar seu encanto, de modo que pudesse vê-la destrinçada, despojada de tudo que, no passado, a tornara tão adorável para ele. Ele olhava para ela com um homem olha para uma tapeçaria que lhe custou uma fortuna e que, de repente, em certa manhã, a considera sem valor e quer desfazer a compra. Ele olhava para ela como se não entendesse como podia ter-lhe sido tão cara, e o recompensado tão pouco. E nem mesmo o encanto e a vivacidade de Ana o convenciam de que a barganha tinha sido positiva.”

A irmã de Ana Bolena

Aos 14 anos a inocente Maria Bolena, sua irmã mais nova Ana e o irmão George chegam à corte. À época, as grandes famílias aristocratas habitavam os arredores do palácio real e ter uma mulher de sua prole nas proximidades do leito do soberano era garantia de ascensão social. A doçura e beleza de Maria chamam a atenção de Henrique VIII, soberano da dinastia Tudor na Inglaterra entre 1509 e 1547, lembrado no imaginário popular por sua fama de conquistador. Encantada com a atenção do rei, Maria se apaixona pelo nobre e pelo papel não-oficial de rainha. Como nova amante de Henrique VIII sua aventura amorosa é incentivada pelos irmãos e o relacionamento se estende por anos, gerando dois filhos, inclusive um homem. Entretanto, toda a família Bolena está envolvida em uma intriga ainda maior – a dissolução do casamento do soberano com Catarina de Aragão. A conspiração da família, no entanto, sofre uma reviravolta e Maria precisa declinar de seu sonho e amor em nome de sua melhor amiga e rival – Ana. A irmã se aproveita da ausência de Maria durante um curto período e conquista a atenção do rei, substituindo Maria no papel de primeira-amante do rei. Mas seu desejo de tornar-se rainha não tem limites e, ao mesmo tempo em que cresce o desejo de Henrique VIII por um filho legítimo, Ana planeja o que fazer para se livrar da esposa dele. Essas e outras intrigas são costuradas por Philippa Gregory, que passou três anos pesquisando a Inglaterra do século XVI. O livro traz uma história envolvente com altas doses de amor, sexo, ambição e intrigas, que apresenta ao leitor uma mulher forte e determinada que viveu sob a sombra de sua família, no coração da mais glamourosa e excitante corte da Europa, e ainda assim sobreviveu, seguindo seu coração.

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Nome do Livro no Brasil:  A irmã de Ana Bolena
Nome Original:  The Other Boleyn Girl
Escrito por:  Philippa Gregory
Publicado no Brasil em: 2009
Editora:  Record
Nº de Páginas: 626

Capa original:

O menino do pijama listrado

26 jul

É muito difícil descrever a história de O Menino do Pijama Listrado. Normalmente eu daria alguma dica ou alguma informação, mas nesse caso acredito que isso poderia prejudicar sua leitura, e talvez seja melhor realizá-la sem que você saiba nada sobre a trama.

Caso você comece a lê-lo, embarcará em uma jornada ao lado de um garoto de nove anos chamado Bruno (embora este livro não seja recomendado a garotos de nove anos). E cedo ou tarde chegará com Bruno a uma cerca.

Cercas como essas existem em todo mundo. Espero que você nunca se depare com uma delas.

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Nome do Livro no Brasil: O Menino do Pijama Listrado
Nome Original: The Boy in the Striped Pajamas
Escrito por: John Boyne
Publicado no Brasil em: 2007
Editora: Cia Das Letras
Nº de Páginas:  186

Capa original:

Opúsculo

25 jul

“Ficamos silenciosos por alguns momentos. No primeiro momento, percebi com alívio como olhar para ele ainda fazia meu coração bater mais rápido. No segundo, ansiosamente perguntei a mim mesma se o batimento algum dia iria diminuir ou se eu estava tendo um ataque cardíaco depois de toda aquela correria. No terceiro, agarrei sua estrutura magra de varapau e seu sorridente rosto sardento. Não pude deixar de sorrir de volta.”

Opúsculo

Opúsculo é uma hilariante paródia do Crepúsculo, de Stephenie Meyer, e conta a história de amor de Belle Goose e o misterioso e brilhante Edwart Mullen, Belle é uma garota pálida e desajeitada que chega a cidade de Switchblade, Oregon, buscando aventura, ou pelo menos um colega de classe imortal.

Após testemunhar uma série de eventos estranhos – Edwart deixa suas batatas fritas intocadas no almoço! Edwart a salva de uma bola de neve voadora! – Belle tem uma dramática revelação: Edwart, um geek com interesse zero em garotas, é na verdade um vampiro, pelo qual ela está completamente apaixonada.

Surge então o dilema: como ela poderia convencê-lo a mordê-la e assim transformá-la em sua noiva eterna, já que ele parece achar todas as garotas tão repulsivas? Cheio de romance, perigo, insuficiente proteção paternal, arrepiante comportamento de caçador compulsivo e com um baile de formatura de vampiro, Opúsculo é um conto tumultuado sobre uma garota obcecada por vampiros, que busca o amor em todos os lugares errados.
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Nome do Livro no Brasil: Opúsculo- A Paródia.
Nome Original: Nightlight
Escrito por: The Harvard Lampoon
Publicado no Brasil em: 2010
Editora: Novo Século
Nº de Páginas: 142

Capa original:

O mundo pós-aniversário

24 jul

“Na maioria dos casos, as outras pessoas aceitam os casais do jeito que os conheciam: ou eles o eram, ou, a certa altura, não eram. No que tinha de mais tórrido, a vida amorosa de casa um era uma simples titilação para os outros, e a natureza de negócio fechado dos casais estabelecidos, como Irina e Lawrence, era uma grande chatice, sem dúvida. A devastação romântica ocasionava, quando muito, uma pequena solidariedade do espectador, ou o prazer de rir da desgraça alheia. O delírio romântico era pior ainda. Recém-apaixonado, o sujeito esperava despertar inveja ou admiração, mas era muito mais provável que atraísse um tamborilar impaciente dos dedos para acabar logo com aquilo. É claro que as pessoas tinham opiniões sobre se os parceiros combinavam ou com o outro, ou provavelmente brigavam; quase sempre, os amigos – os amigos do casal, bem entendido – gostavam mais de um do que do outro. Mas essas opiniões eram baratas. Não custava nada mantê-las nem muda-las.”

O mundo pós-aniversário

Irina McGovern,uma ilustradora de livros infantis norte-americana, tem uma vida tranqüila e estável em Londres, com o parceiro, um conterrâneo expatriado, Lawrence Trainer – intelectual promissor, leal e disciplinado,que trabalha num prestigioso centro de estudos estratégicos. Para seu pequeno circulo de amigos, o relacionamento dos dois é de invejável solidez. Até a noite em que, inexplicavelmente, Irina tem uma vontade de beijar outro homem: o velho amigo do casal, Ramsey Acton.
Elegante e extravagante, Ramsey é jogador de sinuca no topo do ranking desse esporte, um dos mais populares entre os britânicos. A decisão de ceder à tentação terá consequências não só para os desejos dela, mas também para a carreira, para o relacionamento com a família e os amigos e, o que talvez seja o mais importante, para a segurança de sua vida cotidiana.
Desenvolvido a partir daquele único beijo, esta encantadora obra de ficção apresenta alternativas para o futuro de Irina, suas possibilidades e desfechos. Analisa suas motivações mais intímas e o resultado de suas escolhas diante de dois homens de temperamentos diametralmente opostos, mas honrados, cada um à sua maneira. Determinar qual desses amores será o melhor para ela não é óbvio, nem fácil, mas a exploração desses dois destinos é memorável.

Sincero e escrito com a sutileza e a sagacidade que são as marcas registrada da obra de Shriver, O mundo pós-aniversário apela para aquele “talvez” que intriga todos nós.

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Nome do Livro no Brasil: O mundo pós-aniversário
Nome Original: The post-birthday world
Escrito por: Lionel Shriver
Publicado no Brasil em: 2010
Editora: Intrínseca
Nº de Páginas: 542

Capa original:

Sinto-me Só

24 jul

“Tenho 5 anos, você tem 3. Eu sei ler, você não sabe falar. Eu sei amarrar os meus sapatos, você não consegue calçar uma meia. Você ainda dorme no berço.
Não pode vir comigo. Quanto mais crescemos, mais nos afastamos.
(…) Você e eu temos os cabelos negros de nossa mãe, o seu um pouco mais fino que o meu. Você tem um nariz mais estreito e refinado que eu e suas faces são altas. Meu pai diz que você parece com a minha mãe, e que eu pareço com ele. Isso significa que você parece uma menina, e eu pareço um menino. O que não vou entender até bem mais tarde é que isso significa que você é bonito e eu… sou só um menino. Quando vamos ao supermercado e você fica sentado no carrinho, mulheres param meu pai para dizer que você é simplesmente lindo. Elas nunca fizeram isso por mim. ‘Ele tem essa aparência porque é puro’, meu pai vai escrever, ‘é intocado pelas coisas do mundo. Tudo o que ele sente, tudo o que ele é, vem de dentro de si. Isso é o que significa o autismo. È estar confinado em si mesmo, ser seu próprio mundo.’”

Sinto-me Só

Sinto-me só, é um livro biográfico, escrito pelo jornalista Karl Taro Greenfeld, sobre sua vida e convivência da sua família com o seu irmão mais novo, Noah, um portador de Autismo severo.
Não é a primeira biografia neste estilo que leio, mas devo admitir que este relato foi muito mais profundo e forte do que os outros, talvez pelo fato de não ser tratado com o humor leve presente nos demais, talvez pelo fato da severidade do caso, ou ainda a presença continua do histórico das correntes científicas de tratamento desta doença, que era novidade na década de 60, quando Noah nasceu.
O relato mistura memórias do jovem Karl com escritos dos diários mantidos pelo pai (também escritor e roteirista Hollywoodiano). São tantas palavras e passagens marcantes, retratos de rotina diária tão esgotante desta família nada ortodoxa. Karl e Noah são filhos de um judeu e uma imigrante japonesa, traços culturais mais do que notáveis na educação e na trajetória desta família.
São relatados os primeiros sintomas que foram notados, passando pela descoberta do autismo e algumas correntes ideológicas ligadas ao seu tratamento. E tenho que dizer é simplesmente chocante, tanto pelo fato de entender a frustação dos pais em relação a um filho que não tem pespectiva de falar (ou utilizar qualquer linguagem de comunicação), tanto pelo fato dos tratamentos ou culparem os pais pela doença ou utilizarem mals tratos físicos e psicológicos para praticamente “adestrarem” as crianças.
É comovente o relato delicado de Karl sobre os seus amigos imaginários, entre eles um Noah falante e rizonho, que passaram a aparecer desde o dia que Karl tomou conhecimento (aos 5 anos) de que seu irmão tinha um problema sério.
Você fica na expectativa, torcendo pelo desenvolvimento de Noah, desejando que ele consiga sair do mundo fechado e inexplorado que é a sua cabeça.
Chorei de alegria quando Noah consegue pronunciar sua primeira palavra, e mais ainda com o final pra lá de surpreendente (queria poder comentar sobre o final, mas novamente não seria justo com vocês, por isso, mas uma vez, silencio).
Uma história da batalha real contra o autismo, uma verdadeira lição de vida, de erros e de acertos, pelos olhos de uma família que desejava apenas uma interação com seu filho/irmão.

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Nome do Livro no Brasil: Sinto-me Só
Nome Original:   Boy alone: a brother’s memoir
Escrito por:  Karl Taro Greenfeld
Publicado no Brasil em: 2009
Editora:  Planeta
Nº de Páginas: 352

Capa original: