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Veronika Decide Morrer

12 out

“Uma coisa era a ação rápida de comprimidos, outra era ficar esperando a morte por cinco dias, uma semana – depois de já se ter vivido tudo que era possível.
Passara a sua vida inteira esperando alguma coisa: o pai voltar do trabalho, a carta do namorado que não chegava, os exames do final de ano, o trem, o ônibus, o telefonema, o dia das férias. Agora precisava esperar a morte com data marcada.
Durante toda a sua vida, Veronika percebera que um imenso grupo de pessoas que conhecia comentava os horrores da vida alheia como se estivessem muito preocupados em ajudar – mas na verdade se compraziam com o sofrimento dos outros, porque isto os fazia crer que eram felizes, a vida tinha sido generosa com eles. Ela detestava este tipo de gente: não ia dar aquele rapaz nenhuma chance de se aproveitar de seu estado, para ocultar as suas próprias frustrações.”

Veronika Decide Morrer

Mundialmente aclamado, Veronika Decide Morrer aborta temas como o suicídio e a loucura – mas sobretudo a necessidade que cada ser humano tem de aceitar as próprias diferenças. É a história de uma jovem eslovena, desencantada com a mesmice da vida. Embora aparentemente tenha tudo oque possa desejar, ela se sente infeliz. Assim, escolhe dia e noite para pôr fim ao que julga uma existência insossa  e evitar anos de uma trajetória previsível e sem sentido. Ao recobrar a consciência, após uma overdose de calmantes, está internada numa clínica para loucos, onde descobre que seus dias estão contados.

“Na adolescência, achava que era cedo demais para escolher, agora, na juventude, se convencera que era tarde demais para mudar.”

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Nome: Veronika Decide Morrer
Escrito por: Paulo Coelho
Publicado em: 1998
Editora: Gold
Nº de Páginas: 191

Lolita

2 ago

“ O leitor ficará triste em saber que após meu retorno á civilização, sofri um novo acesso de insanidade (se é que esse termo cruel pode ser aplicado a uma sensação insuportável de opressão e melancolia). Devo minha completa recuperação a uma descoberta que fiz no caríssimo sanatório onde estava sendo tratado. Descobri que existe uma fonte inesgotável de sadio divertimento na tapeação de psiquiatras. A brincadeira consiste em atraí-los astuciosamente sem nunca revelar que você conhece os truques da profissão; em inventar para eles sonhos intricados, verdadeiros clássicos do gênero; em atormenta-los com recordações simuladas de cenas de infância que envolvem seu pai e sua mãe; em jamais permitir que eles entrevejam seus verdadeiros problemas. O esporte era tão estimulante que decidi prolongar por um mês minha estadia depois de estar completamente curado.”

Lolita

Lolita é o título de um romance em língua inglesa, de autoria do escritor russo Vladimir Nabokov, publicado pela primeira vez em 1955.

O romance é narrado em primeira pessoa pelo protagonista, o professor de poesia francesa Humbert Humbert, que se apaixona por Dolores Haze, sua enteada de doze anos e a quem apelida de Lolita. O professor, que já conta com uma certa idade, desde o início se define como um pervertido e aponta como causa um romance traumático em sua juventude.

Mas em função do início chocante, sem dúvida o livro ficou famoso como um dos romances mais polêmicos já publicados, tanto que antes de chegar ao público, foi rejeitado por diversas editoras.

A obra conta com diversas qualidades literárias e uma estrutura curiosa, que pode ser interpretada como uma mistura de diversos estilos cinematográficos: do início psico-erótico típico de um filme europeu, a história passa para um drama de periferia quando o professor vai morar em New Hampshire. Depois a ação lembra um road movie, com uma longa viagem de carro; passa para um romance de mistério, com o enigma de um perseguidor oculto; e no final se torna um drama policial.

Fonte

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Nome do Livro no Brasil: Lolita
Nome Original: Lolita
Escrito por: Vladimir Nabocov
Publicado no Brasil em: 2003
Editora:   Companhia das Letras
Nº de Páginas: 319

Capa original:

Obs: Existem inúmeras capas para o livro Lolita, não sei dizer qual foi a primeira capa, por isso postei duas que eu achei bonitas.

O Castelo de Vidro

30 jul

“De vez em quando, éramos matriculados numa escola, mas nem sempre. Mamãe e papai cuidaram da maior parte da nossa instrução. Mamãe nos fez ler livros sem figuras antes dos cinco anos de idade, e papai nos ensinou matemática. Também ensinou as coisas que eram realmente importantes e úteis, como o código Morse e que nunca deveríamos comer fígado de urso polar porque toda aquela vitamina A que ele tem podia nos matar. Ele mostrou como mirar e atirar com a sua pistola, e como atirar flechas com o arco da mamãe, e como jogar uma faca segurando-a pela lâmina para que ela atingisse o centro do alvo com um barulho gratificante. Quando eu tinha quatro anos, eu manuseava bem a pistola do papai, um revólver grande e preto com tambor de seis balas, e acertava cinco de seis garrafas de cerveja a trinta passos de distância. Eu segurava a arma com as duas mãos, colocava o tambor em posição e apertava o gatilho lentamente e suavemente, até que, com um forte estalo, o revólver dava um coice e a garrafa explodia. Era divertido. Papai dizia que a minha boa mira poderia vir a calhar se, algum dia, fôssemos cercados pelos agentes federais.”

O Castelo de Vidro

O Castelo de Vidro, há dois anos na lista dos mais vendidos do New York Times, é um impressionante relato de superação e amor. Neste surpreendente livro de memórias, a famosa jornalista norte-americana Jeannette Walls mostra como conseguiu lidar, até a adolescência, com a excentricidade, a negligência e a falta de dinheiro dos pais.
Rex e Rose Mary Walls eram pais nada convencionais. Rex era um escritor fracassado, um homem brilhante e carismático. Sabia que sua família era especial e por isso sonhava construir uma grande casa no deserto, o Castelo de Vidro. Compreendia perfeitamente a imaginação dos filhos. Ensinava-lhes física, geologia e, acima de tudo, como enfrentar a vida intrepidamente. Em uma noite de Natal, ofereceu a cada um deles uma estrela de presente. Mas, quando estava bêbado, Rex era desonesto e violento. Rose Mary, pintora e escritora, era uma mulher alheia a necessidade dos filhos e pensava mais na arte do que na comida e no bem-estar da família.
A príncipio, os Walls vivam como nômades. Mudavam-se constantemente de uma cidade para outra, habitando armazéns abandonados e acampando nas montanhas. Praticamente todo o dinheiro vinha de bicos do pai, mesmo sendo a mãe uma professora diplomada. Mais tarde, quando não conseguiam mais se sustentar com suas fontes de rendas incomuns -, recolheram-se na pequena cidade mineradora de Welch.
O pai fazia de tudo para fugir da realidade. Bebia, roubava dinheiro de casa e passava dias desaparecido. A mãe não ligava para os filhos. Assim, Jeannette aprendeu a sobreviver muito cedo. À medida que os problemas da família aumentavam, Jeannette, as duas irmãs e o irmão tinham que cuidar de si mesmos sozinhos – arranjavam comida, limpavam a casa e encorajavam os pais e trabalhar, enquanto se amparavam mutuamente e procuravam dar alguma normalidade às suas vidas. Quando finalmente Jeannette e os irmãos tomaram coragem para abandonar Welch e tentar o sucesso em Nova York, seus pais os seguiram e optaram, finalmente, por viverem por sem-teto, mesmo enquanto os filhos prosperavam.
Durante vinte anos, sempre que alguém perguntava sobre a sua família, Jeannette Walls mudava de assunto. Nunca contava detalhes do seu passado. Neste livro ela finalmente revela todos os seus segredos sobre suas origens. Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, esta não é uma história triste. Sem qualquer resquício de autopiedade, Jeannette Walls descreve suas aventuras de forma divertida, e seus pais, com profundo carinho e admiração.
O Castelo de Vidro é uma linda história de triunfo sobre todo tipo de adversidade, uma narrativa emocionante sobre o amor incondicional por uma família que, apesar de seus defeitos, deixou para Jeannette Walls uma rica herança: determinação para construir uma vida bem sucedida.

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Nome do Livro no Brasil: O castelo de vidro
Nome Original: The Glass Castle
Escrito por: Jeannete Walls
Publicado no Brasil em: 2007
Editora: Nova Fronteira
Nº de Páginas: 367
Capa original: